Você já sentiu que, em momentos de forte estresse ou angústia, seus cabelos começaram a cair mais do que o normal? Essa percepção não é coincidência — a saúde mental e a saúde capilar estão profundamente conectadas. A bipolaridade, a ansiedade e a depressão têm influência nisso.
Transtornos psicológicos não se limitam à psique. Eles provocam alterações hormonais, inflamatórias e comportamentais que podem refletir diretamente nos fios, levando ao afinamento ou até à queda capilar de fato.
No fim, não é só sobre cabelo: é sobre o que sua mente está tentando processar em silêncio. Quando mente e corpo se alinham, os fios têm espaço para crescer fortes e saudáveis novamente.
O que você vai encontrar neste artigo:
TogglePessoas com transtorno bipolar I ou II podem experimentar flutuações hormonais intensas relacionadas aos ciclos de mania, hipomania e depressão. Essas oscilações influenciam diretamente a saúde capilar.
Durante os episódios depressivos, por exemplo, pode haver complicações na saúde física, como desnutrição, alterações metabólicas, aumento da inflamação sistêmica e piora do autocuidado pessoal. Esses fatores favorecem o eflúvio telógeno, um tipo de queda de cabelo que ocorre quando muitos fios entram precocemente na fase de repouso do ciclo capilar (fase catágena).
Estudos indicam que o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), um dos sistemas de resposta ao estresse, está frequentemente desregulado em pessoas com transtornos de humor, como é o caso do transtorno bipolar. Essa disfunção interfere diretamente na fisiologia do folículo piloso.
A ativação excessiva do eixo HHA eleva os níveis do hormônio liberador de corticotropina (CRH), o qual, em experimentos com culturas de folículos capilares humanos, inibiu o alongamento do fio e induziu uma transição precoce para a fase catágena (fase de regressão capilar).
Outro ponto relevante são os efeitos colaterais dos tratamentos. Medicamentos de primeira linha para o transtorno bipolar, como o lítio, são sabidamente associados à queda de cabelo.
O lítio pode alterar o metabolismo da tireoide, provocar hipotireoidismo subclínico ou manifesto, e essa disfunção tireoidiana está diretamente associada a alterações na densidade capilar.
Antipsicóticos atípicos, como olanzapina e quetiapina, também têm sido associados a eflúvio telógeno em estudos de farmacovigilância.
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A ansiedade fora de controle pode trazer diversos malefícios físicos. O corpo pode sofrer severas consequências, como falta de ar, sudorese, tensão muscular, entre outros inúmeros sintomas.
Se ela não for controlada a curto prazo e persistir, pode causar queda de cabelo. Isso porque a ansiedade é geradora de estresse, e, como vimos, o estresse libera hormônios na corrente sanguínea que prejudicam o couro cabeludo e estimulam a queda capilar.
Embora frequentemente associada a sintomas emocionais, a ansiedade também influencia diretamente o sistema nervoso autônomo, especialmente o ramo simpático, intensificando reações de “luta ou fuga” que provocam constrição vascular periférica — inclusive no couro cabeludo.
Essa vasoconstrição reduz o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos folículos pilosos, comprometendo seu funcionamento. Estudos apontam que esse efeito é amplificado em pessoas com transtorno de ansiedade generalizada (TAG), que apresentam hiperatividade autonômica mesmo em repouso.
Pesquisas também revelam uma correlação entre ansiedade persistente e dermatite seborreica, o que pode levar, indiretamente, à queda capilar.
Veja também: Ansiedade causa queda de cabelo?
Depressão
A depressão e a queda de cabelo costumam estar relacionadas. A queda dos fios pode desencadear a depressão, assim como o contrário também pode acontecer. Um emocional abalado afeta o sistema imune, que tem influência direta sobre a pele, as unhas e os cabelos.
Além disso, a depressão frequentemente leva à perda de interesse em atividades cotidianas, incluindo cuidados pessoais, alimentação equilibrada e higiene — fatores que influenciam diretamente a saúde do cabelo.
Muitos pacientes relatam negligência no uso de xampus adequados, longos períodos sem lavar os fios ou má alimentação, o que pode agravar quadros de queda já existentes.
Outro ponto crítico é o impacto dos antidepressivos no ciclo capilar. Embora essenciais para o tratamento da depressão, alguns medicamentos — como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) — têm sido associados a casos de eflúvio telógeno transitório, especialmente nas primeiras semanas de uso.
Leia também: Transtornos emocionais e a queda de cabelo
A bipolaridade, a ansiedade e a depressão não são os únicos gatilhos. Outras patologias influenciam a saúde dos fios; veja a seguir.
Imagine se olhar no espelho e ver um problema gravíssimo nos seus cabelos — só que esse problema não existe.
Para quem sofre de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) com foco capilar, o sofrimento é real, constante e paralisante, mesmo que os fios estejam perfeitamente saudáveis aos olhos dos outros.
O TDC é uma condição psiquiátrica severa caracterizada por uma preocupação obsessiva com supostos defeitos na aparência física que são mínimos ou inexistentes, segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5).
No caso específico do cabelo, esse transtorno ganha contornos dramáticos, já que o cabelo é carregado de simbologia social e afetiva — juventude, identidade, beleza e até status.
Estudos mostram que pacientes com dismorfismo capilar apresentam comportamentos compulsivos, como verificar o cabelo em espelhos ou vitrines, evitar eventos sociais por vergonha e buscar repetidamente tratamentos estéticos ou cirúrgicos sem resultados duradouros.
A prevalência do dismorfismo capilar em clínicas dermatológicas e de estética é alta. Muitos pacientes chegam ao consultório do dermatologista antes de receberem diagnóstico psiquiátrico.
Essa demora no diagnóstico pode agravar o quadro, pois as cirurgias e os procedimentos estéticos raramente aliviam os sintomas. Em alguns casos, até intensificam a dismorfia e a angústia.
O tratamento recomendado envolve o uso de antidepressivos com ação serotoninérgica (como os ISRS), que mostram eficácia mesmo nos casos mais graves, e psicoterapia especializada.
A queda de cabelo por estresse é muito comum e ocorre devido a variações hormonais no organismo.
Quando o organismo está sob pressão, tende a produzir cortisol, hormônio que ajuda a controlar o estresse, reduzir inflamações e ajudar o sistema imune. Porém, quando ele está em excesso, pode trazer diversos prejuízos à saúde, inclusive a tão famigerada queda de cabelo.
Além disso, o estresse psicológico é capaz de promover inflamação sistêmica por meio do aumento de citocinas pró-inflamatórias, como IL-6, TNF-α e IL-1β, que afetam a matriz dérmica do couro cabeludo e comprometem o funcionamento saudável dos folículos pilosos.
Esses processos inflamatórios estão associados à vasoconstrição dos capilares sanguíneos na região do couro cabeludo, o que reduz a oxigenação e a chegada de nutrientes essenciais à raiz dos fios.
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Algumas pessoas recorrem literalmente aos próprios fios de cabelo como forma de aliviar sensações intensas de estresse, ansiedade ou tensão.
Ao arrancar os cabelos de maneira repetitiva e compulsiva, esses indivíduos podem desenvolver quadros de alopecia avançados, com falhas visíveis no couro cabeludo e impactos significativos na autoestima.
Essa condição é conhecida como tricotilomania, um transtorno do controle de impulsos classificado atualmente dentro do espectro dos transtornos obsessivo-compulsivos (TOC) no DSM-5. Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), aparece sob o código F63.3.
Estudos em neuroimagem funcional revelam que pessoas com tricotilomania apresentam alterações em regiões do cérebro associadas à inibição comportamental e regulação de impulsos, especialmente no córtex pré-frontal dorsolateral, no córtex cingulado anterior e no corpo estriado — áreas também envolvidas em transtornos do espectro obsessivo.
O tratamento da tricotilomania é multidisciplinar e geralmente inclui intervenções psicoterapêuticas, com destaque para a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), especialmente em sua variante chamada “treinamento de reversão de hábito”, que ensina o paciente a reconhecer os gatilhos emocionais e substituí-los por respostas comportamentais mais adaptativas.
Em casos moderados a graves, o uso de medicamentos também pode ser indicado, especialmente inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) ou, mais recentemente, inibidores da recaptação de dopamina e noradrenalina, como a bupropiona.
Há também investigações promissoras com suplementação de N-acetilcisteína (NAC), um modulador glutamatérgico que demonstrou redução significativa na compulsão em alguns estudos clínicos.
A bulimia é caracterizada pela compulsão alimentar, seguida pelo sentimento de culpa e pela necessidade de eliminar o excesso ingerido, geralmente por meio de vômitos ou diarreia.
A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que gera uma preocupação exagerada com o peso corporal, levando a pessoa a desenvolver um medo intenso de engordar. Como resultado, ela adota jejuns prolongados e evita a ingestão de alimentos.
A carência nutricional ocasionada por esses transtornos alimentares pode levar à deficiência de vitaminas e nutrientes importantes para o crescimento capilar adequado, como ferro, biotina, vitamina D, proteínas, entre outros.
Saiba mais: O cabelo volta a crescer após a desnutrição?
A dependência química é considerada um transtorno psiquiátrico, pois pode afetar a percepção do dependente sobre a realidade e sobre si mesmo.
As dependências mais comuns são por drogas lícitas, como nicotina e álcool, mas também podem ocorrer por meio de substâncias ilícitas, como maconha, cocaína e crack.
As toxinas do tabaco, por exemplo, são inflamatórias e, por isso, causam irritações dermatológicas e capilares.
Além disso, outros compostos químicos presentes em certos medicamentos — que também podem gerar dependência — podem contribuir para a queda de cabelo.
A relação entre a bipolaridade, a ansiedade e a depressão e queda de cabelo é profunda, multifacetada e, muitas vezes, subestimada.
Como vimos ao longo deste artigo, condições psicológicas não afetam apenas o bem-estar emocional, mas também comprometem processos fisiológicos essenciais para a saúde capilar — desde o ciclo de crescimento dos fios até o equilíbrio do couro cabeludo.
Reconhecer que a saúde mental influencia diretamente a aparência e a vitalidade dos cabelos é um passo importante para buscar soluções mais integradas e eficazes. Isso inclui o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, hábitos saudáveis e tecnologias de suporte baseadas em evidências.
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Estudos clínicos demonstram que a fotobiomodulação pode ser especialmente benéfica em casos de eflúvio telógeno e queda de cabelo induzida por estresse, medicação ou desequilíbrios hormonais.
Se você está enfrentando queda capilar relacionada a fatores emocionais, saiba que há tratamento — e que cuidar da mente e dos fios, simultaneamente, é possível.
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