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A queda de cabelo pós-parto é uma queixa comum nos consultórios dermatológicos. As alterações hormonais são as principais responsáveis pelas alterações na qualidade dos fios e na queda propriamente dita.
O que você vai encontrar neste artigo:
ToggleDurante a gestação, as concentrações sanguíneas dos hormônios progesterona e estrogênio estão aumentadas e isso tem dois efeitos no ciclo do cabelo:
1- Aumento da fase de crescimento dos fios (chamada fase anágena), acelerando o crescimento dos cabelos das mulheres grávidas. Por isso, durante a gravidez, os fios crescem mais, se tornam mais grossos, com mais volume e mais brilho.
2- Redução do número de fios em fase de queda (chamada fase telógena), reduzindo a queda capilar nesse período.
Após o parto esses hormônios caem de forma brusca e, de 2 a 4 dias, estão em níveis normais.
Essa queda hormonal brusca da progesterona e do estrogênio é um evento estressante para o couro cabeludo e tem como consequência a interrupção da fase de crescimento dos fios e, consecutivamente, entrada na fase de queda. Logo, os cabelos da mãe perdem qualidade e após 3 a 6 meses, podem sofrer uma queda intensa.
Além das alterações hormonais, a gestante deve estar atenta ao período da amamentação devido à alta demanda de nutrientes pelo bebê. Por isso, é importante se alimentar bem e seguir as recomendações de suplementação de vitaminas de seu obstetra, a fim de evitar carências nutricionais que podem piorar o quadro de queda de cabelo.
Esse tipo de queda de cabelos é denominado eflúvio telógeno pós-parto ou simplesmente queda de cabelo pós-parto, que significa queda temporária de fios normais. Ela geralmente se inicia após 3 meses do parto e costuma ser temporária (no geral, essa queda tem duração de 3 a 6 meses).
Se a queda de cabelo do pós-parto se prolongar por mais de 6 meses, procure ajuda de um especialista no assunto.
A boa notícia é que nem sempre os cabelos caem após o parto. Aproximadamente 20% das gestantes sofrerão com esse problema, ou seja, a menor parte das grávidas passarão por esse incômodo.
Pacientes que já sofriam com alopecia androgenética (calvície feminina) são mais susceptíveis ao eflúvio telógeno pós-parto, pois já apresentam uma fase de crescimento dos fios menor, com maior tendência à queda.
Por outro lado, algumas pessoas têm uma sensibilidade menor a essas alterações e acabam notando apenas que o cabelo mudou após gravidez (perdeu o brilho, a textura, o volume e, enfim, a beleza de antes). Mas isso também é passageiro.
Dentre as perguntas mais recorrentes sobre cuidados e procedimentos com os cabelos no pós-parto, destacamos:
Existe um mito em torno de lavar o cabelo após o parto ser perigoso para a saúde, pois aumenta o sangramento materno, mas não é verdade.
Não há razão para não lavar os cabelos em qualquer momento após o parto. Inclusive, com a nova tendência para os partos normais e naturais, o esforço, o tempo e o suor pedem um banho completo sim! Nada de não lavar os cabelos!
As puérperas podem utilizar shampoos com ativos antiqueda. Tais como baicalina, germinados de soja e trigo, cafeína, defense scalp, arginina, citrulina, taurina e dipeptídeo de metionina.
A recomendação é que o uso de alisamentos químicos devam ser evitados nos primeiros três meses após parto.
Se houver queda de cabelo, recomenda-se realizá-los após melhora da queda capilar.
Lembrando que os procedimentos químicos são extremamente prejudiciais aos fios. Não há contraindicação ao uso de secadores e chapinhas, desde que se utilize na menor frequência possível, associado ao uso de um bom protetor térmico.
Sim, pode! Esses equipamentos combatem a queda, aceleram o crescimento e fortalecem os fios de cabelo. Existem modelos profissionais usados em clínicas especializadas e outros de uso domiciliar.
No Brasil, os mais conhecidos são o Boné Capellux, o capacete Capellux I9, ambos de uso domiciliar. Além do I9 profissional que é usado por dermatologistas.
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A resposta é sim! Vale a pena tomar. Como dissemos, devido à alta taxa de consumo de nutrientes pelo bebê, não será exagero você suplementar as principais vitaminas e minerais que são importantes na composição dos fios. Sempre com orientação do médico obstetra e dermatologista.
Existe uma recomendação da Anvisa baseada em dados mundiais sobre as necessidades mínimas de vitaminas e nutrientes, que mostramos a seguir.
Lembre-se que essa dose é um mínimo necessário para uma pessoa adulta e a mãe precisa suprir as necessidades do neném também.
Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005 – Anvisa
Tabela 1 – Ingestão Diária Recomendada para Adultos
Nutriente | Unidade | Valor |
Proteína | 50 | gr |
Vitamina A | 600 | mcg |
Vitamina D | 10 | mcg |
Vitamina C | 45 | mg |
Vitamina E | 10 | mg |
Tiamina | 2 | mg |
Riboflavina | 1,3 | mg |
Niacina | 16 | mg |
Vitamina | B6 | 1,3mg |
Ácido fólico | 240 | mcg |
Vitamina B12 | 2,4 | mcg |
Biotina | 30 | mcg |
Ácido pantotênico | 5 | mg |
Vitamina K | 65 | mcg |
Colina | 550 | mg |
Cálcio | 1000 | mg |
Ferro | 14 | mg |
Magnésio | 260 | mg |
Zinco | 7 | mg |
Iodo | 130 | mcg |
Fósforo | 700 | mg |
Flúor | 4 | mg |
Selênio | 34 | mcg |
Molibdênio | 45 | mcg |
Cromo | 35 | mcg |
Manganês | 2 | mcg |
Após um período mais longo, cerca de 1 a 2 anos após o parto, o aparecimento de queda de cabelos ou enfraquecimento e afinamento dos fios pode indicar o início da alopecia androgenética.
Essa forma de queda dos cabelos, mais frequente nos homens, é a famosa calvície. Se você tem uma tendência hereditária para calvície, é hora de iniciar um tratamento aconselhado por profissional especializado no assunto.
Nessa situação, com certeza o tratamento será acrescido de outros produtos e medicamentos adequados para a alopecia androgenética.
Ainda tem alguma dúvida sobre a queda de cabelo pós parto ? Deixe o seu comentário!